Demência: 3 projetos que põem a tecnologia ao serviço

Apresentamos-lhe 3 projetos que já estão a ajudar as pessoas com demência em Portugal.

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Rita

Sabia que Portugal é o 4º país do mundo com maior prevalência de demência? A elevada ocorrência da doença na população senior torna-a num problema grave em Portugal, que está entre os países mais envelhecidos da Europa. No entanto, segundo a Associação Nacional de Cuidado e Saúde “apenas 0,3% da população [portuguesa] sénior tem assistência tecnológica”, uma percentagem muito inferior à da maioria dos países da UE. Hoje, queremos dar-lhe a conhecer 3 projetos que estão a contrariar estas estatísticas, e a pôr a tecnologia ao serviço de quem sofre de demência.

Teleassistência, Cruz Vermelha Portuguesa:

O utente tem direito a uma pulseira com um botão de alarme. Quando pressionado, este interage com o terminal fixo para alertar a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP). A linha está ativa 24 horas por dia, preparada a dar resposta não só a situações de emergência médica como a questões relacionadas com a segurança ou com o próprio isolamento e angústia emocional. Podem ainda associar-se sensores como o de movimento, queda, gás, fumo e inundação, para se conseguir controlar ainda melhor a segurança do utente.

Para quem tem mais autonomia, há também um serviço móvel. O pequeno dispositivo disponibilizado nesta modalidade também pode ser guardado à volta do pulso. Tem um botão de emergência, que contacta imediatamente a CVP assim que pressionado. Grava a geolocalização do utilizador, e pode até ser programado com lembretes para medicamentos. Também dá para ligar a até 2 números e receber chamadas de 4.

Preço: A instalação do serviço fixo fica a 70 €. Depois disso pagam-se 21€ por mês. No serviço móvel, a mensalidade é sempre de 24 € por mês. Os Membros Beneficiários da CVP têm direito a desconto – o serviço fixo fica a 15 € por mês e o móvel a 22€. Pode encontrar mais detalhes aqui. A Cruz Vermelha Portuguesa colabora ainda com entidades como a Santa Casa da Misericórdia, a Prosegur ou o ACP, que oferecem programas de teleassistência nas suas próprias condições.

Paro, Casa de Saúde da Idanha:

Desenvolvidas no Japão, estas pequenas focas robô são facilmente confundidas com peluches. Mas o inventor Takanori Shibata enfatiza que são um dispositivo médico destinado a ajudar a lidar com a depressão, ansiedade, dor e solidão.

O principal objetivo é mesmo acalmar os pacientes de demência mais agressivos, evitando que tenham de ser sedados ou contidos. Também os entretem, o que faz com que exista menos probabilidades de vaguearem e ser perderem.

O primeiro exemplar português pertence à Casa de Saúde da Idanha, em Sintra. Este pequeno robô reage às interacções com os humanos, respondendo positivamente aos mimos dos utentes e memorizando o nome que estes lhe queiram dar. A ideia é obter os mesmos benefícios emocionais do que a terapia animal, sem os riscos de contaminação que ela pode acarretar para pacientes mais frágeis.

Preço: Infelizmente, a Paro ainda só é usada em lares de idosos e hospitais. Mas o facto de já ter chegado a 30 países é sinal de que estes dispositivos podem ter futuro.

Estou Aqui adultos, PSP:

Embora não esteja tão dependente da tecnologia como os outros membros da lista, vale a pena destacar a iniciativa Estou Aqui adultos da Polícia de Segurança Pública (PSP). Neste caso, não é nenhum dispositivo eletrónico a ajudar diretamente o doente, mas sim a enorme capacidade de agregar dados que a tecnologia nos trouxe. Cada pessoa abrangida por este programa recebe uma pulseira com um código alfanumérico, que a identifica em caso de emergência.

O Estou aqui original surgiu para ajudar crianças dos 2 aos 10 anos, mas percebeu-se que o serviço podia ser ainda mais útil para adultos a sofrer de doenças como a demência ou o alzheimer, independentemente da idade. Se encontrar uma destas pessoas desorientadas ou sem identificação, basta ligar para o 112 e dizer o número ao operador. Serão identificadas na base de dados da PSP e os contactos de emergência serão imediatamente notificados.

A pulseira não é eletrónica nem contêm qualquer dispositivo de geolocalização. Por isso, pode servir de alternativa a quem quer uma forma menos intrusiva de encontrar os familiares em caso de emergência.

Preço: Grátis! A pulseira pode ser pedida online ou na esquadra da PSP mais próxima. Também pode ser requerida pelo próprio ou por um cuidador ou instituição. Deve ser levantada na esquadra local e tem validade de dois anos.


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